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19.12.2025 04:40 PM
O Banco da Inglaterra reduziu as taxas de juros

A libra esterlina deveria ter entrado em colapso após o Banco da Inglaterra ter reduzido as taxas de juros ontem. Em vez disso, ela subiu — e de forma bastante sólida em relação ao dólar. Na quinta-feira, o comitê votou por 5 a 4 a favor da redução das taxas de juros para 3,75%, o nível mais baixo em quase três anos.

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É claro que os sinais diretos do regulador britânico de que o ritmo e a magnitude dos futuros cortes de juros passaram a ser questionados influenciaram o sentimento do mercado. O corte anunciado ontem já estava amplamente precificado, mas a postura cautelosa dos formuladores de política não. O governador do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, alertou para a margem limitada de manobra em 2026, ressaltando que o Comitê de Política Monetária (MPC) terá de tomar decisões em um ambiente mais desafiador.

A comunicação enfatizou preocupações com a inflação e a necessidade de manter cautela caso as pressões inflacionárias voltem a acelerar. Na prática, o corte foi interpretado como uma medida pontual de apoio à economia, e não como o início de um ciclo prolongado de afrouxamento. Esse entendimento, somado às preocupações inflacionárias, sustentou a demanda pela libra. Os traders ajustaram suas expectativas para 2026, dando mais peso ao tom prudente do comitê, mesmo após a queda mais acentuada do que o esperado nos dados de inflação desta semana. Os mercados já precificam integralmente um corte de 25 pontos-base em 2026.

O MPC afirmou que os dados disponíveis sugerem redução gradual dos custos de empréstimo no próximo ano, à medida que os riscos inflacionários diminuem. Contudo, em uma formulação mais cuidadosa, advertiu que as decisões sobre novos cortes exigirão avaliação minuciosa de um equilíbrio delicado, à medida que o banco central se aproxima da taxa neutra — o nível que não estimula nem restringe a inflação.

Bailey afirmou, em entrevista, que há espaço para um afrouxamento mais gradual, acrescentando que as condições tendem a se tornar mais desafiadoras e que espera uma desaceleração no ritmo dos cortes de juros em algum momento.

O Banco da Inglaterra agora projeta a inflação mais próxima da meta de 2% na próxima primavera, após o crescimento dos preços ao consumidor recuar inesperadamente para a mínima em oito meses. O orçamento do governo, programado para 26 de novembro, também deve contribuir para aliviar a inflação no curto prazo. Ainda assim, alguns dos defensores do corte de quinta-feira manifestaram cautela, sobretudo diante da incerteza quanto ao ponto final do ciclo de afrouxamento. As vice-governadoras Sarah Breeden e Dave Ramsden, que vinham adotando postura mais dovish, sugeriram avançar com maior prudência. Vários dirigentes também demonstraram preocupação com o crescimento dos salários em ritmo possivelmente incompatível com a manutenção da inflação na meta de 2%.

Análise técnica do GBP/USD: os compradores precisam superar a resistência em 1,3400 para viabilizar um avanço até 1,3425 — acima desse nível, um rompimento tende a ser mais difícil. O alvo mais distante está em 1,3450. Em caso de recuo, os vendedores buscarão controle em 1,3360; uma quebra dessa faixa pode pressionar o par para 1,3340, com possibilidade de extensão até 1,3310.

Jakub Novak,
Analytical expert of InstaTrade
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