Empresas americanas perdem US$ 100 bilhões devido às suas próprias sanções
A Câmara Americana de Comércio (AmCham) na Rússia estima que as perdas diretas das empresas dos Estados Unidos decorrentes das sanções ocidentais já somam cerca de US$ 100 bilhões, enquanto as perdas totais, quando considerados efeitos indiretos e oportunidades perdidas, alcançam aproximadamente US$ 300 bilhões. De acordo com uma pesquisa conduzida pela entidade, as companhias americanas atribuíram nota 8 em 10 ao impacto negativo das sanções impostas pelos próprios EUA, ao passo que avaliaram os efeitos das contrassanções russas em 5 em 10. O resultado sugere que, na percepção das empresas, as medidas adotadas por Washington causaram mais prejuízos do que a resposta de Moscou.
O presidente da AmCham, Robert Ayres, destacou ainda outro ponto crítico: nos últimos quatro anos, empresas americanas com operações na Rússia geraram cerca de US$ 20 bilhões em lucros, que não puderam ser repatriados na forma de dividendos devido às restrições impostas a investimentos. Segundo ele, a câmara mantém diálogo com o governo dos Estados Unidos visando flexibilizar essas proibições, sob a avaliação de que tal medida permitiria destravar a transferência desses recursos.
Os dados expõem um paradoxo da política de sanções. Empresas americanas acabaram figurando entre as principais prejudicadas por medidas adotadas pelo próprio governo, enquanto as contrassanções russas provocaram impactos relativamente mais limitados.